Simplicidade na Gestão

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Os crescentes desafios de mercado, impostos pelo comportamento dos clientes e atuação de empresas concorrentes, atrelado a maior disponibilidade de recursos tecnológicos e informações, como o fenômeno do Big Data, são alguns fatores internos e ambientais que afetam diretamente a forma com que as empresas atuam nos seus negócios para gerar valor aos clientes e resultados aos interessados.

Nesse contexto de mercado, surgem novas teorias, ferramentas e modelos mentais de gestão para dar forma e estruturar novas estratégias capazes de resolver problemas, entregar valor e concluir projetos. É o caso do Design-thinking, Business Model Canvas e Project Model Canvas.

A idéia do Design-thinking foi resultado da aplicação de técnicas de desenho de produtos em 2009 pelo CEO da Ideo, Tim Brown, que resolveu os problemas dos seus clientes indo além do produto, ou seja, dando uma nova roupagem para o negócio. Nesse caso ele utilizou conceitos e técnicas de resolução de problemas não tradicionais.

A técnica do Design-thinking facilita a geração de ideias novas, e está estruturada em 5 aspectos: insights, que são descobertas repentinas surgidas através de profunda observação do problema, junto com as pessoas envolvidas; mapa mental, através do qual são desenvolvidos os mas variados pensamentos e modelos divergentes que poderão ser capazes de resolver o problema; prototipagem que é a simulação da resolução do problema através de produtos, maquetes, ou imagens; pensamento integrativo que é a habilidade de convergir ideias e ver o todo de forma contemplativa; e o pensamento visual, que é refletido na forma de desenhos e diagramas que mostram de forma simples a resolução do problema.

Através desses conceitos de design, é possível resolver problemas e desafios de forma efetiva, com ações que vão além do óbvio, porém de um jeito mais prático.

O Business Model Canvas, proposto por Alexander Osterwalder, é uma ferramenta que tem por objetivo criar e descrever o modelo de negócio, numa linguagem simples e comum, que quando implantado será capaz de agregar valor para o cliente e gerar resultados. Ao contrário do tradicional plano de negócios que contempla diversas análises como estratégia, marketing, finanças e recursos de um novo negócio, o Canvas é capaz de traduzir as ideias e propostas do negócio em um diagrama simples e lógico que contempla nove áreas: proposta de valor, segmentos de clientes, canais, relacionamento com cliente, fontes de receitas, recursos-chave, atividades-chave, parceiros-chave e estrutura de custos.

Essa estrutura estimula os empreendedores e gestores do negócio a pensar sobre algumas questões como: quem são nossos clientes mais importantes ? Qual o valor que nós entregamos para o cliente? Qual dos problemas de nossos clientes estamos ajudando a resolver ? Quais os principais recursos necessários para entregar as nossas propostas de valor? Quais são os custos mais importantes inerentes ao nosso modelo de negócio? Quais recursos e atividades-chave são mais caros? Como diversificar nossas fontes de receitas? Como atrair e manter parceiros-chave?

O Business Model Canvas nos faz pensar sobre as respostas dessas perguntas e ordená-las de forma lógica num diagrama prático, para analisar a viabilidade, testar, divulgar e implantar o modelo de negócio proposto. O Canvas é focado no mapa de proposta de valor, para resolver os problemas dos clientes, garantir a satisfação e resultados.

Num caso prático, o modelo de negócios do iPod e iTunes da Apple poderia ser descrito no seguinte Canvas: o que a empresa se propôs a oferecer como valor para o cliente foi experiência musical diferenciada aliada a uma aparelho de design prático e inovador, que foi voltado para qualquer usuário no mercado de massa. Como forma de relacionamento com o cliente, a Apple conquistou ao longo dos anos no mercado, o rótulo de ser uma lovemark em função dos seus produtos inovadores, práticos e úteis, e experiências atrativas. Esse aspecto, atrelado ao baixo custo da mudança fortaleceu o relacionamento com o cliente.

Os canais utilizados para vender o produto e entregar a proposta de valor foram a Apple Store, o site e as lojas, que geraram altas margens e altos volumes de vendas, garantindo as receitas da empresa. As atividades-chave do negócio foram relacionadas aos processos de marketing e vendas, gestão da cadeia de suprimentos e o próprio design do produto e do software.

Os recursos-chave utilizados para disponibilizar o iPod e iTunes se basearam no talento da equipe criação e desenvolvimento, na disponibilidade do conteúdo musical com acordos, e na própria marca forte da Apple. Os parceiros-chave do negócio, que se relacionam às atividades e recursos, foram os fabricantes de equipamentos originais (OEMs) e as gravadoras do setor musical. Por fim, a estrutura de custos do modelo se concentrou na equipe de design e desenvolvimento, processos de marketing e vendas e na fabricação do hardware.

O Canvas reúne todas as variáveis da concepção de um negócio, de forma lógica, promovendo a visualização do modelo, para que posteriormente seja colocado em prática.

No mesmo sentido, o Project Model Canvas, criado por José Finocchio, possui o objetivo principal de sintetizar a idéia do Plano de Gerenciamento de Projetos, que na maioria das vezes é robusto e contempla amplas definições, premissas e acordos de escopo, prazos, custos, aquisições, comunicações, qualidade e etc.

O Project Model Canvas permite a criação do plano do projeto com participação e engajamento da equipe e principais stakeholders, e pode ser aplicado a qualquer projeto. O seu diagrama lógico está estruturado em 13 áreas: stakeholders, equipe, premissas, riscos, grupo de entregas, linha do tempo, restrições, custos, requisitos, produtos, justificativas, objetivos (SMART) e benefícios do projeto.

Dessa forma, a equipe envolvida na concepção do projeto é capaz de pensar, analisar e formalizar todas as variáveis para o seu sucesso, de um modo lógico, prático e dinâmico. A partir disso, é possível iniciar a execução do projeto e realizar o seu monitoramento e controle, até encerramento. E sempre que houver mudanças ao longo das etapas, é possível readequar o Canvas facilmente, seguindo a mesma lógica.

É possível perceber que o Canvas se mostra vantajoso tanto no caso de negócios cuja intenção é perdurar, quanto em projetos aonde há prazo definido para o término.

Por fim, da mesma forma que o Design-thinking visa pensar graficamente diante de um problema, para inovar, desenhar e criar novas soluções de um produto ou negócio, o Canvas também promove a criação de um modelo de negócios capaz de causar resultados de impacto, sendo assim harmônicos no ambiente da gestão empresarial, cada qual com a sua função e estrutura. Além disso, ambas ferramentas estão baseadas na premissa da simplicidade que parece estar se tornando cada vez mais eficiente e assertiva no contexto atual, assim como foi para Da Vinci nas artes e ciência ou como foi para Einstein na física.

Fonte: http://www.administradores.com.br/